Dois jogos, quatro pontos, nenhum gol sofrido, vaga carimbada na Copa do Mundo. Carlo Ancelotti, na prática, tem muito a comemorar após sua primeira janela completa como técnico da seleção brasileira.
Apresentado com pompa pela CBF após uma longa novela que durou quase dois anos, o italiano nem teve tempo de encontrar uma maneira de fazer o Brasil jogar um futebol vistoso, mas o desempenho contra Equador (0 a 0 em Guayaquil) e Paraguai (1 a 0 em São Paulo) talvez não traduza a grande mudança com o técnico.
Nas entrevistas após o triunfo sobre os paraguaios, os jogadores só tiveram palavras elogiosas ao comentar o impacto de Ancelotti na seleção. O experiente treinador, acostumado a trabalhar com estrelas nos mais de 1,8 mil jogos à beira do campo, conquistou os jogadores com seu jeito no dia a dia.
"Sem comparação com nenhum outro trabalho, mas tenho aprendido muito com Ancelotti nestes dias sobre humildade. A humildade realmente diferencia os grandes e ele é muito grande, vem demonstrando muita humildade na forma de trabalhar, de abordar os jogadores, mas também os funcionários, o staff. Isso contagia no dia a dia, demonstra que todos estão no mesmo nível", exaltou Danilo, que atuou poucos minutos na reta final contra o Paraguai.
"Ele contou muitas histórias para a gente, um cara super do bem. Tem mais de 1.800 jogos como treinador, então tem uma experiência incrível. Sabe levar o jogador na conversa, está muito feliz de estar aqui. Quer aprender português, disse que vai aproveitar agora para tentar. Muito feliz dele estar aqui com a gente. Sonhava em ser treinado por ele", elogiou Bruno Guimarães, titular em ambos os jogos.
"Você nota no semblante dele que está muito satisfeito pela oportunidade de estar na seleção brasileira, o que de certa forma nos motiva. Se um cara desse tamanho está tão feliz na seleção brasileira, essa energia tem que contagiar e ser transmitida em campo", completou o zagueiro do Flamengo.
Ancelotti é o quarto técnico diferente desde o fim da Copa do Mundo de 2022. O ciclo começou com Ramon Menezes, ainda na função de interino, ou por Fernando Diniz e também Dorival Júnior até que o italiano, desejo antigo do ex-presidente Ednaldo Rodrigues, conseguisse assumir.
Agora há muito tempo até o próximo compromisso. O Brasil só volta a campo em setembro para fechar a campanha nas eliminatórias, contra Chile (casa, possivelmente no Maracanã) e Bolívia (fora). Até lá, Ancelotti vai curtir um pouco mais e navegar em águas tranquilas, sem a pressão de quando assumiu uma seleção em crise.
Sinais de que os tempos mudaram. Não tanto em desempenho, mas em ambiente. Mérito e poder de Carletto.
Próximos jogos do Brasil: 92gr
Chile (C) - A definir - eliminatórias para a Copa do Mundo
Bolívia (F) - A definir - eliminatórias para a Copa do Mundo