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6d4z4w Com uma campanha histórica, a Inter de Milão garantiu o título do Campeonato Italiano com várias rodadas de antecedência. E apesar do domínio da equipe, que tem nada menos do que 19 pontos de vantagem para o vice-líder e arquirrival Milan, há quem aponte que a Inter não é a grande sensação da Itália na temporada. Esse crédito é dado ao Bologna, time sete vezes campeão nacional, mas que há muitos anos era apontado como coadjuvante. A equipe entra em campo nesta sexta-feira (3), contra o Torino, em duelo com transmissão pela ESPN no Star+. Desde o último ano, tudo mudou no clube. E o principal responsável por isso é um brasileiro. Thiago Motta, ex-volante de clubes como Barcelona, Paris Saint-Germain e a própria Inter, além da seleção da Itália, a qual defendeu após ter se naturalizado. Aposentado dos gramados desde 2018, ele rapidamente iniciou sua carreira como treinador. Sua primeira experiência foi nas categorias de base do PSG. Pouco depois, recebeu a sua primeira chance à frente de uma equipe profissional, no Genoa. No comando da equipe, Motta virou "piada" por conta de uma declaração logo na sua chegada, afirmando que o seu esquema era o 2-7-2, o que somado ao goleiro, costumeiramente 'fora' dos esquemas táticos, resultaria 12 jogadores em campo, quando na verdade apenas 11 são permitidos. A imprensa italiana, à época, não perdoou o treinador. "Não [são 12 titulares]! Eu conto o goleiro entre os sete do meio-campo. Para mim, o atacante é o primeiro defensor e o goleiro é o primeiro atacante. O goleiro é quem começa a jogada, com o pé, e os atacantes são os primeiros que têm de fazer pressão para que o time retome o controle da bola", explicou Motta, à época. "Minha ideia do jogo é ofensivo. Uma equipe curta, que domine a partida, com pressão alta e muita mobilidade com e sem a bola. Quero que o jogador que tenha a bola pense sempre em três ou quatro soluções e dois companheiros por perto para ajudá-lo." A justificativa não parece ter convencido a imprensa e também a direção de seu então time, e ele foi demitido após apenas 10 jogos. Pouco tempo depois, foi convidado para assumir o Spezia e começou a provar o seu valor. Thiago Motta recebeu a difícil missão de livrar o clube do rebaixamento e conseguiu, terminando a temporada 2021/22 da Serie A com 36 pontos, na 16ª posição na tabela. Foi o suficiente para ele ser convidado para assumir o Bologna, em substituição a Sinisa Mihajlovic, que estava no cargo desde 2018, mas que precisou se ausentar por causa de um tratamento de uma leucemia que o tirou a vida em dezembro de 2022. Logo na primeira temporada no clube, o brasileiro já liderou a equipe em uma campanha histórica, com 54 pontos e a 9ª colocação, algo que não acontecia desde 2011/12. Isso foi o suficiente para ele deixar de ser uma "piada" na Itália para se tornar uma das sensações na Europa. Neste ano, seu feito é ainda mais impressionante. Com Motta no comando, o Bologna é o atual 4º colocado do Italiano, com 63 pontos e está muito perto de confirmar a classificação para a próxima Champions League, feito inédito na história do clube. Mas, além das estatísticas, o que empolga os torcedores é a proposta de jogo de Thiago Motta, num esquema 4-1-4-1 muito ofensivo, que prioriza a posse de bola e a verticalidade. "O Bologna é uma equipe realmente bonita de se ver e tenho certeza de que os jogadores gostam de jogar assim. Dá para ver a marca do treinador", escreveu o lendário técnico do Milan Arrigo Sacchi em sua coluna no jornal italiano La Gazzetta dello Sport. Por conta de todo esse sucesso, ele ou a ser um dos técnicos mais cobiçados da Europa. Seu nome já foi especulado em clubes como Napoli, Barcelona, Liverpool e Juventus, mas ainda não se sabe o que ele fará, se pretende seguir com seu trabalho que revolucionou um time tão tradicional, ou se pretende se mudar para um dos gigantes da Europa.
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